Thursday, December 18, 2008

Acreditei tanto...


No início não acreditei numa única palavra tua.
Achava que eras um daqueles estúpidos que só queria engatar gajas para ter um momento erótico na web.
Mais um...Como se houvesse poucos.
Foi o que eu pensei.
Logo percebi que estava errada, que tu não eras como todos os outros.
Não eras mesmo.

Tu fizeste-me acreditar que nada é impossível e que os príncipes realmente existem. (Nem que só estejam vivos na nossa imaginação)
Acreditei que todos os nossos sonhos um dia tonasse-iam reias...
Aiii, nunca acreditei tanto em algo como acreditei em ti.

Conquistaste-me da maneira mais fácil, entrando pela porta principal da minha imaginação.
E ainda hoje te encontras por lá, num canto escondido.
Tu e todas as imagens que me fizeste criar do nosso futuro.

Um futuro que nunca chegou...

Os nossos sonhos nunca se tornaram reais.
Nunca deixaram de ser sonhos...
E agora, não consigo ver a realidade da mesma maneira.
Os sonhos tornaram-se mais importantes.

Mais importantes que tudo, mais importantes que a própria vida.
O que vivo já não interessa mais, já só interessa o que sonho, o que imagino.
Já só interessa o interior, a personalidade...
O exterior deixou de ser importante, a aparência das coisas e das pessoas deixou de ter significado.
De uma certa maneira ajudaste-me a aprender que há muito mais do que a visão nos pode oferecer...
Agora sei que tudo precisa de um segundo olhar, uma segunda oportunidade...
Nada é certo nesta vida e vale sempre a pena tomar mais atenção ao que nos rodeia.
Não podemos ser levados pela primeira coisa que nos parece. Mais tarde podemos perceber que afinal tínhamos uma ideia completamente errada.

Apesar do que me ensinas-te, não percebo porque acreditei tanto que os nossos sonhos viriam a ser realidade...
Acabou tudo por não passar de memórias e recordações.

Mas a pergunta mantêm-se:
-Se os sonhos se tivessem realizado eu seria mais feliz?
Nunca irei saber se me farias feliz da mesma maneira que o fizeste na minha imaginação.
Nunca irei saber se a realidade seria tão bela como eu a imaginei...
Será que seria?!














Friday, November 21, 2008

Por momentos...


Sussurras-te ao meu ouvido com a tua voz tão meiga...
Quase me conquistas-te com essas tuas palavras. Quase.
Depois tocas-te em mim e eu senti-me como que a renascer...
Mesmo assim queria lutar contra o que sentia, pois sabia que mais tarde o sentimento iria desaparecer. (Seria mesmo um sentimento então?!)
Tu foste-te chegando para perto de mim e começas-te a olhar me fixamente. Como se só existisse eu no mundo.
Adorei esse teu olhar!
No entanto, desviei a cara mal percebi que estavas a começar a controlar-me.
Afastei-me só um pouco de ti e tu esboças-te um sorriso, numa de brincadeira.
Inevitavelmente sorri também.
É impossível resistir a um sorriso como o teu.
E foi com esse sorriso que abris-te as portas do meu coração.
Nesse momento abracei-te com muita força, de modo a sentir bem o teu corpo.
De seguida olhei para ti, consigo imaginar o brilho que deveria estar nos meus olhos...
Fiz um grande sorriso, dei-te um beijinho no nariz e disse:

- Muito obrigado! E até sempre.

E foi-me embora, não podendo o meu coração dar mais do que isto.

Monday, November 17, 2008

Preguiça


Detesto-a!
Porque é que ela existe?
Se não contribui para a felicidade de ninguém porque é que não pode simplesmente desaparecer?!
Que raiva!
Só queria conseguir fazer o que tenho a fazer sem haver algo dentro de mim a afastar-me disso.
Só queria conseguir lutar contra ela!
Ás vezes até consigo, mas perco tantas vezes a batalha...
Como agora, que devia estar a fazer tudo menos isto e no entanto uma força interior pegou num caderno e começou a escrever.
Nem consegui impedir-me a mim própria de o fazer porque o impulso foi demasiado forte.
E agora que já desabafei tudo, vou lutar contra ela e é desta vez que vou ganhar!
Tem de ser! Porque não me parece que o professor de matemática me deixe fazer o teste noutro dia com a justificação que a preguiça não me deixou estudar. -.-
Mas bem que devia deixar! xD

Friday, November 14, 2008

O abismo entre almas



Tanto do que sentimos não conseguimos explicar por palavras...
Tanta coisa que não se consegue exprimir...

As palavras ajudam-nos na comunicação, mas não estão vivas como nós.
E por isto, como podemos ter a certeza que as pessoas nos compreendem verdadeiramente?!
Elas não vão sentir exactamente o mesmo que nós, isso seria impossível.
Já como Fernando Pessoa dizia: "The abyss from soul to soul cannot be bridged."
Por mais palavras que usemos, muitas das coisas que dizemos não são totalmente percebidas.
Porque só tu sabes o que vai na tua cabeça assim como só eu sei o que vai na minha.
E por isso, quando nos dizem: "Eu percebo o que estás a passar.", até são capazes de perceber, mas à maneira deles, nunca sentido, nem nunca percebendo o que tu sentes.
Isto tudo acaba por não dizer muito. Pois mesmo que não nos percebam completamente, sentimo-nos bem por simplesmente nos ouvirem e se importarem com o que sentimos.
E depois temos aqueles momentos de completa "ligação" com os outros, que pode ser uma sensação passageira mas é quase para isso que vivemos.

Saturday, November 8, 2008

Estou deprimida.



Quanto mais vivo, mais desiludida fico com os humanos e mais vergonha tenho de ser um deles.
Já não bastava estarmos a destruir o nosso modo de vida futura, mas conseguimos destruir também, o modo de vida de todos os outros animais.

Controlamos tudo, a mal ou a bem, controlamos sempre tudo.
E isso entristece-me...
Não quero controlar!
Quero que a vida deixe de ser "so damm" certa!
Quem é que inventou o conceito de sociedade? Quem foi o parvo?
Tudo interligado, tudo certinho, detesto o conceito de sociedade!
Uma sociedade tão bem estruturada que nos perdemos no meio de tanta organização.

No fundo somos como os animais, só que cometemos erros que eles não cometem. E tudo graças á nossa "inteligência"(ambição, egoísmo, ganância).
Tornámo-nos crúeis de uma maneira que os animais nunca serão.

Tudo neste mundo tem uma marca humana e tudo gira à nossa volta...
Esquecem-se que antes de nós existirmos já haviam plantas e outros animais...(E de certeza que estavam muito bem sem nós.)
Depois vieram os macacos com a mania que eram inteligentes e lá se foi o mundo feliz e saudável.
Tenho nojo do que a nossa espécie pode e consegue fazer!
Obrigar animais a trabalhar?!
Metê-los em jaulas para NOSSO divertimento?!
Acabar com o seu habitat por causa da madeira para a NOSSA mobília?!
Torturar outros humanos porque é divertido?!
Matar porque dá prazer?!

Somos demasiados! E isso ainda complica mais as coisas.
Cada humano tem uma ideia, cada um pensa que tem razão e com tantas ideias e mudanças o mundo deixou de ser simples e acabou por ser um grande laboratório onde fazemos as nossas experiências.
Enfim...
Só espero que a natureza cuide do Mundo, como sempre o fez, e acabe connosco de uma vez.


Monday, October 20, 2008

Quem diria...

Era uma vez, uma menina chamada Laudia que veio morar para uma casa que era mesmo á frente da minha.
Esta menina, rechunchudinha de olhos verdes muito bonitos, era muito chata, porque queria brincar muitas vezes comigo.
E eu que não estava nada habituada a tanta agitação, achava que ela era agitada demais.
Zanguei-me com ela muitas vezes porque ela só queria ter brincadeiras parvas e eu já não gostava daquelas brincadeiras.
Mas a verdade, é que fiquei muito feliz quando ela veio morar para aqui.
Eu era uma menina muito solitária e ela veio me fazer companhia...

Esta menina transformou-se numa jovem linda, por dentro e por fora.
Numa pessoa extraordinária...simples, divertida, responsável...
Quando penso no passado até me custa acreditar, de tão diferente que ela está, que aquela menina era ela.
Está tão crescida...
Em todos os aspectos.

Quem diria que aquela menina viria a ser a minha melhor amiga, a minha confidente, a minha outra parte de mim...
Quem diria...

Não é todos os dias que se encontra uma alma gémea. Mas a minha veio parar mesmo á minha porta. ^.^

Thursday, October 9, 2008

Anti-Social


Não sou! Nunca fui!

ADORO ME RELACIONAR COM AS PESSOAS!
Não sei porque carga de água fujo delas agora...

Sinto-me mal ao pé da maioria, sinto-me diferente delas em todos os aspectos.
Como se fosse de outro planeta...
Acabo por me fechar demasiado e quase que só me dou com os meus amigos.
Não o faço de propósito, mas acabei por ficar um bocado Anti-Social com o tempo.
Apesar de tudo não me considero completamente Anti-Social, esse nome é para quem não fala mesmo com ninguém.
E eu falo!
Eu rio-me, eu divirto-me, eu adoro falar com os outros!
Não sou Anti-Social, só não gosto de multidões e há certas pessoas que eu não me consigo dar.
Não tenho culpa que essas certas pessoas sejam muitas.
Sou muito exigente, agora mais do que nunca, e toda a gente tem de me conquistar.
O problema é que ninguém se dá ao trabalho!
E eu também não!

Eu levo a sério a vossa opinião, mesmo quando estão a brincar. - dedicado ao quarteto fantástico.

Tuesday, October 7, 2008

Farta de mim!

Nunca ficas-te farta(o) de ti própria(o)?!
Eu já, umas quantas vezes.
Tive vontade de arrancar a minha pele e de vestir a de outra pessoa!

Há alturas em que fico tão farta da minha maneira de ser e de pensar que só me apetece mandar-me ir dar uma volta!
Fico tão irritada quando me lembro que não o posso fazer. Que eu serei sempre eu e não posso ser mais ninguém!

Há vidas tão mais interessantes que a minha, pessoas tão mais interessantes que eu...
E no entanto estou destinada a aturar-me a mim e á minha vida para sempre.
Não posso fugir, não me posso esconder, não posso estalar os dedos e estar noutro lugar, e ser outra pessoa...

Pode ser que o futuro traga alguém diferente, e uma vida diferente também.
Mas como custa esperar!

Wednesday, September 3, 2008

Na terra dos sonhos


Estava eu muito bem na terra dos sonhos, quando sou acordada de uma maneira minimamente horrível:

-1,2,3,4,5,6,7,8,9,10.


Como se fosse pouco acordar a ouvir números, quem estava a contar era uma criança com uma voz extremamente irritante.

Mal ouvi a sua vozinha deu me longo vontade de lhe dar uma estalada. Quem é que pensava que era para estar aos gritos àquela hora da manhã?!

Tudo bem já eram 10 e tal mas eu quero lá saber, estou de férias, já não se pode dormir até tarde quando se está de férias?!

E enquanto eu pensava nisto tudo, a miúda (pela voz fininha devia ser uma rapariga) continuava com a sua vozinha alegre e IRRITANTE:

-1,2,3,4,5,6,7,8,9,10.

E não se calava com aquilo, deve ter contado umas 5 vezes até 10! Calculo que não sabia contar mais a partir daí ou então eu é que já estava a ter ilusões sonoras.

Ainda pensei que ela poderia estar a jogar às escondidas. Até que ouviu-se um grito:


-Papááá!!!


E eu só gritava para mim mesma:

-Eu não acredito nisto!!!!

E mais uma vez:

-Papáááá!!!

Não sei porque só ouvia a sua voz e não ouvia a de mais ninguém, até parecia que estava a falar sozinha.

Depois como se não chegasse começou a correr, e corria, corria…

Eu na minha caminha já estava prestes a dar um grito! Tipo:


- 11,12,13,14,15,16,17,18,19,20. Cala te e pára quieta!!!!

Depois subitamente parei de ouvir passos, e também já não ouvia gritos.

Eu toda contente virei-me para o lado.

Passou uns minutos e eu levantei-me.

Já não consegui dormir! Depois de tanto barulho, o sono foi-se.

Mas o mais “engraçado” é que a miúda continua na casa ao lado e teve calada o dia todo! Nem um número, nem um papá, nada!

Mas calma que não acaba aqui.

No dia seguinte exactamente às 9,39:

-Papáaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Papáaaa! Papá!! Papá!!


Parecia um disco riscado e eu pensava cá para mim:

-Aquela miúda adora-me!

Levantei-me e pronto! Até parece que o raio da miúda me esta a preparar para a escola, levantar cedo e com o raio do despertador a tocar! Só que em vez de o despertador dizer "Acorda! Acorda!" diz "Papá! Papá!" -.-

Costuma-se dizer que as crianças são o melhor do mundo…Desculpa? Só se for á tarde!

Tuesday, September 2, 2008

Parada no tempo

O mundo parece ter continuado mas eu parei no tempo.
É a fase da adolescência, que não é sim nem é sopas!
Feliz e sempre a sorrir mas parada no tempo.
Como uma criança que não quer saber se hoje é dia 4 ou dia 5, ou como um adulto que de tão ocupado já se perdeu nos dias...

Tanto quero ser tratada como uma adulta como quero agir como uma criança.
Tanto quero chorar porque simplesmente estou triste como quero ser forte como os adultos o devem ser.
Tanto quero ajudar os outros porque os adultos deviam ter essa preocupação, como quero fingir que não percebo os problemas deles por achar que não os vou conseguir resolver.
Tanto falo por pensar que sei o que estou a dizer ("os adultos sabem sempre tudo"), como me calo por perceber que já nem sei porque estou a falar...

Ás tantas não sei bem o que quero ser e que papel hei-de interpretar...

A adolescência é mesmo assim.
Não somos adultos, nem somos crianças, somos uma mistura dos dois!

A filha da minha melhor amiga

Este é o título de um livro que me tocou em todos os aspectos!
Nem sei se consigo expressar em palavras o quanto a história é espectacular...
Durante a leitura fui "criando laços" com a personagem Ryn, senti-me dentro dela, a sentir o mesmo que ela e adorei a experiência.
Sinto que aprendi tanto com o livro... No entanto não sei bem o que possa ter aprendido...
Adorei tudo!
A maneira de ser das personagens, a complexidade dos seus problemas, apaixonei-me completamente pela história.

Resumo do livro: Adele, a melhor amiga de Ryn vai para a cama com o noivo dela. Ryn nunca mais quer ve-los quando descobre, uns tempos depois, o sucedido. Descobre também, para agravar a situação, que a filha de Adele, que ela tanto gosta é filha de Nate, o seu noivo.
Mas passado uns bons anos algo vem mudar a vida de Ryn já estabilizada. Adele está muito doente e pede-lhe para adoptar a sua filha.
Será que Ryn está disposta a fazer isso pela amiga que lhe partiu o coração?
Lê e descobre!

*Se alguém quiser comprar o livro, é da autora Dorothy Koomson.

Monday, August 18, 2008

"Mais vale só do que mal acompanhada."


Como posso ser tão diferente de todos os outros ao ponto de não significarem nada para mim?!
Dizem que não sou normal e eu não acho os outros normais...
Pouca gente se identifica comigo e se eles se identificam, eu não!
Escrevo porque é a minha maneira de me sentir acompanhada.
E nada melhor que a nossa própria companhia.
As pessoas normalmente têm medo de ser esquecidas, eu tenho medo de ser lembrada!
Choro por mim, rio para mim e se estou feliz foi porque assim quis.
O meu mundo gira à minha volta e sinceramente não quero saber se o mundo dos outros não gira.
Pior para eles, sei a pessoa que sou e sei que mereço a amizade e o amor de pessoas especiais.
Se elas não aparecem não vai ser por isso que a minha vida vai acabar.
Não preciso dos outros para ser feliz, alguns ajudam mas há tantos que não...
E assim vou aprendendo a ser feliz quase sozinha, para muitos é difícil, para mim é normal.
E talvez um dia eu mude...bem, espero que não.
Prefiro que os outros mudem. Pois como sempre, acho que sou eu que tenho razão.

Gosto muito dos poucos amigos que tenho. Peço desculpa se neste texto pareceu que não os tinha.




A vida depois da morte


Será que existe?
Será que depois desta vida ainda temos outra? É difícil de acreditar...
Mas li no outro dia um livro que falava sobre isso, 150 pessoas que morreram durante uns segundos ou uns minutos contam histórias inacreditáveis do que lhes aconteceu.
E todas as histórias são parecidas, não podem ter sido ilusões nem sonhos se não todas teriam "sonhado" a mesma coisa e isso é que é impossível.
No entanto ainda é muito difícil para todas as outras pessoas que não tiveram tal experiência acreditar na vida depois da morte.
Por isso é que quando estas pessoas contam esta experiência aos outros, nunca ninguém acredita e muitas vezes ainda lhes chamam de loucos.
É como acreditar em fantasmas ou extra-terrestres, não é fácil, mas algumas pessoas dizem que já os viram e acreditam que eram mesmo reais.

Bem na minha humilde opinião acho que começo sinceramente a acreditar nem que seja na hipótese de existir vida depois da morte.
E ao acreditar nisto tenho de ponderar na hipótese de existirem fantasmas ou mesmo extra-terrestres. Nunca acreditei em nada dessas coisas mas é impossível haver tanta gente a mentir e a "ver" coisas...
Começo a ter uma mente mais aberta e tento perceber o que é real afinal. E talvez o real seja subjectivo...

A vida depois da morte até é uma coisa em que todos deviam querer acreditar, quem é que gosta de pensar que depois de morrer não há mais nada e que acabou-se tudo?!
Não se pensa, não se vive, é o final da nossa pessoa e do nosso "mundo"... Quem é que gosta de pensar assim?
Se realmente existir vida depois da morte nunca mais ninguém precisava de ter medo de morrer pois seria o fim de uma vida e o começo de outra...

Deixo-vos com esta ideia.

Friday, August 1, 2008

Ouve lá, Paulino



" Mensagem muito recente recebida no meu telemóvel: "Olá, eu sou o Paulino e nasci ontem ás 23h27, com 3,400 quilos. Estou de boa saúde bem como a minha mãe e gostaria de agradecer a todos os que nos apoiaram".

O pai do Paulino, um amigo meu, reivindica a autoria da mensagem, que, segundo ele, seria uma forma menos convencional de participar o nascimento do seu primeiro filho. Mas não acredito; as crianças, hoje, já nascem agarradas a um telemóvel, cuja plena utilização (música, vídeo, net, etc.) dominam perfeitamente, coisa que eu não consigo nem tenho pachorra para tentar. Portanto, estou em que a mensagem foi mesmo enviada pelo miúdo, e foi a ele que eu respondi o seguinte:

Ouve lá, Paulino: talvez ainda seja tempo; se puderes, volta para trás.
Não fazes a mínima ideia do sarilho em que vieste meter-te, rapaz. E isto desde os teus primeiros anos neste mundo, a que só não chamo mundo-cão por respeito aos cães. É verdade que, quando entrares na escola, talvez não tenhas como ministra da Deseducação a Dr. Maria de Lurdes Rodrigues; mas não te iludas, ela há-de ter deixado marcas e corres o sério risco de vir a ser um adulto semianalfabeto ou, pelo menos, com uma séria distorção cultural e mental. Para agravar: por essa altura estará a ser transmitida pela TVI a 599ª série de Morangos com açúcar, tu já pensaste no perigo?

E o pior, Paulino, o pior é que do jeito que isto vai de nada servirá adoptares a tradicional solução filosófica e política portuguesa, que é ir para o estrangeiro. O estrangeiro, Paulino, já não será o paraíso terreal onde tudo corre bem, os transportes andam a horas e toda a gente anda contente. Quando cresceres, Paulino, não poderás dizer que isto só neste país. A crise será geral, mesmo porque, neste momento, já é. Ainda ontem eu vi a TV e fiquei com uma séria vontade de suicidar-me.

No dia em que entrares oficialmente na adolescência, o preço do petróleo terá registado um aumento de 12.000.000 por cento e os especuladores que vivem impunemente á conta disso estarão a comprar a sua 20ª moradia de luxo nas Seicheles para instalar a amante nº 159, mas não te iludas, nem uma só migalha irá para ti.

Por outro lado, os povos ocidentais, sortudos que vivem em democracia, não irão mais a votos: estarão nos estádios para não perderem uma pitada dos jogos do Europeu/Mundial/Asiático/Americano/Africano. De resto, em Portugal, o Presidente será o Scolari, já reformado da bola e regressado como D.Sebastião para receber mais uns cacaus que lhe tinham ficado em dívida. Quanto ao Governo, sairá da administração de um qualquer grande grupo empresarial, inicialmente português mas nessa altura já vendido a um grupo espanhol bem conhecido.

Mas insisto, Paulino: isto não será só neste país. Em todo o Ocidente, nem uma voz se terá levantado para perguntar aos vários governos: ouçam lá, ó seus grandes maganões, isto da crise do petróleo não era previsível há já muito tempo? Então, e os investimentos a sério em pesquisa de energias verdadeiramente alternativas, por que não os fizeram vocês? Andaram a cobrar privadamente das gasolineiras? Andaram demasiado ocupados a explorar os países africanos e todos os outros pobres do mundo?

Não, ninguém perguntará isso, Paulino, porque, quando fores adolescente e jovem adulto, o pessoal estará completamente cretinizado - o programa encontra-se agora em curso e vai a bom ritmo, de modo que, nessa altura, terá atingido a velocidade de cruzeiro.

Desculpa se me repito: isto acontecerá, como verás, a nível geral, supranacional. Por cá, também verás, a koisa terá atingidu úm parocsismo: entre akordo ortugrafico, telebes, SMS e TV, tudo cerá ainda pior ke oje e Camões será considerado um autor chato e estrangeiro, a não ler. Bjs e LOL. E :-), também.

De modo que, Paulino, tu vieste numa altura histórica em que a atitude inteligente é não vir. A cegonha, rapaz, a cegonha está desajustada das realidades contemporâneas. A insistência desse incómodo pássaro em continuar a trazer crianças para o lado de cá já começa a tocar as raias do inadequado, até mesmo do indecente. É tempo de a colocar sob a alçada de uma censura moralizadora.

Aliás, falemos seriamente, Paulino: eu, já se vê, regozijo-me com a tua saúde e desejo-te o melhor. Mas que oportunidades, que esperanças podes tu ter neste vale de petróleo a preços himalaicos? Já não falo em oportunidades e esperanças de ser feliz - a propósito: hão-de gritar-te que o consegues com uma nova água de colónia, com o novo desodorizante, com um novo preservativo de sabor a amêijoas à Bulhão Pato, com o novo carro, com o euromilhões, com um novo crédito bancário, com um novo dentrífico. Mas não acredites, meu filho. É tudo só para explorar-te melhor.

Retomo: que oportunidades e que esperanças?
Está bem, podes, com uns jeitos, vir a ser engenheiro, como o excelentíssimo outro; mas isso é vida? E que dirão de ti?
Daí que eu te aconselhe vivamente: se podes Paulino, volta para trás.
Se já não podes, então, pelo menos, adopta medidas de emergência.
Não te filies em nenhum partido, não te faças sócio de nenhum clube, não vejas os morangos, estuda por fora e tenta ir para o campo.

Talvez consigas sobreviver."


Texto de João Aguiar, retirado da revista Super Interessante.

Friday, July 11, 2008

O príncipe e a princesa...


É com este texto que celebro os 100 posts!
Obrigada a todos os que se dão ao trabalho de vir ler os meus textos. Obrigada principalmente á kel, por quase não ter perdido um e ter comentado sempre. Muito obrigado amiga! =) E com isto passo a escrever o meu texto de hoje...


Não gosto quando ouço falar de amor, detesto tudo o que esteja relacionado com isso!
Mas no entanto...
Os contos de fadas com amores perfeitos, cobertos de felicidade são algo que me cativa.
Um pouco pelo sentimento mas também por saber que não é real.

Os filmes românticos são especiais, gosto de ver alguns, encaro a personagem e deixo-me ir...
Mas se for real, irrita-me e é algo a que rapidamente viro costas.
Não gosto de corações, nem de "I love you´s", não gosto da paixão vivida nem falada, não gosto de casalinhos, não gosto dos beijinhos...Não gosto e pronto!
Mas...
Se esse tal amor for escrito com indirectas num livro repleto de tudo menos isso, talvez com algum mistério, pode ser que fique convencida e que embarque nessa história...
Sonhando que um dia ela será minha e que finalmente deixarei de dizer: "Não gosto disto e não gosto daquilo..." e passe a dizer as palavras que tanto me assustam: "Amo-te e adoro-te..."












Tuesday, July 8, 2008

Chorar


Ficar sozinha...Chorar...
A sério que preciso.
Chorar e chorar. Chorar até cair...
Hoje é do que realmente preciso.
Sozinha, completamente sozinha com uma música de fundo e chorar muito.
Chorar até me doerem os olhos.
Chorar como um bebé.
Chorar para limpar a alma.
Simplesmente chorar.Por tudo e por nada. Pelas pequenas coisas e pelas grandes.
Chorar pela ausência e pela presença...
Chorar...
Chorar principalmente de infelicidade, mas também um pouco pela felicidade.
Chorar...
Hoje é do que realmente preciso. E não o vou fazer. Não posso.

(Não estou sozinha.)

Sunday, June 22, 2008

Sonhando


Deixa-me sonhar com o real e com o surreal...
Quero sonhar com a vida que não tenho.
Deixa-me sonhar.
Deixa-me sonhar com o futuro ou com um diferente passado...
Deixa-me sonhar com a grande família que vou ter no futuro...
Ou então deixa-me sonhar com uma família pequena.
Deixa-me só sonhar com as famílias que não vou ter...
Deixa-me sonhar com a pessoa diferente e melhor que irei ser...
Deixa-me sonhar com a minha felicidade.
Deixa-me sonhar com a profissão dos meus sonhos...seja ela qual for.
Deixa-me sonhar e imaginar um companheiro perfeito...
Deixa-me sonhar...
E nos meus sonhos estarei sempre a sorrir.
Deixa-me sonhar que tenho diferentes vidas em diferentes sítios.
Mais do que sonhar com um futuro quero sonhar com uma outra realidade.

Let me dream...
I need to dream...

Deixei-me sonhar. E é por aqui que vou ficar.




Monday, June 16, 2008


Lá bem ao fundo ouvem-se os gritos...música alta...tantas vozes humanas...
Todos a gritarem de alegria como se amanhã ou depois não o pudessem fazer. Todos juntos, pegados, a suar...
Este comportamento normal do ser humano deixa-me perplexa. No entanto, é bastante engraçado como no passado o admirava e queria estar presente em todas essas acções e lutava por esse direito ( queria comportar-me da mesma maneira que os outros). Agora engraçado como o desprezo e o reduzo à insignificância.
Vejo as coisas de uma outra maneira e não gosto de multidões.
Talvez no ponto de vista dos outros seja estranha a minha maneira de pensar...no meu ponto de vista a maneira de pensar dos outros é que não é normal.
Diversão tenho ideia de ser outra coisa agora. Mas o que são as minhas ideias comparadas com as de todos os outros?
Tenho pena dessas pobres almas e principalmente pena de mim...




Thursday, June 12, 2008

Um ponto

Vejo-te em cima de uma montanha,
és só um ponto.
Vejo-te tão longe,
e mesmo assim fascinas-me.

Não me quero aproximar,
Sei que se me aproximar,
deixarás de ter a tua beleza,
deixarás de me fascinar.
Então,
fico quieta a observar-te.

Não sei o que foste,
nem sei o que és.
Fascinas-me,
e só isso me interessa.

Mais tarde não te recordarei,
Ou,
Mais tarde ocuparás a minha mente?

Na verdade,
não sei...

Desapareces-te
e agora?
Acabou-se a minha história.

Vaidade


"Sonho que sou Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...E não sou nada!..."

Florbela Espanca





Ódio?

"Ódio por ele? Não...Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo o encanto...

Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!

Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!

Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não...não vale a pena."

Florbela Espanca

Thursday, June 5, 2008

Só o que penso.


Incrível como a vida pode passar por nós a correr...
Um homem saudável que podia ter tido uma vida longa, morreu tão novo e tudo por causa do raio de uma queda a andar de bicicleta.
Prefiro pensar que estava destinado a não viver mais. Mas afinal o que é o destino?
É já termos a nossa vida traçada mal nascemos?
Não sei se hei-de acreditar nisso...

Entretanto resta a pena, a tristeza e o pensamento que podíamos ser nós a morrer nesse dia e no entanto continuamos aqui. (Como se se morressemos fossemos para outro sitio, também não acredito nisso...)

Dizem que é Deus que escolhe quem vive e quem morre...
Para mim é só a sorte e o azar.


Wednesday, May 28, 2008

6 coisas que não me importam.

Aceitei o desafio do blog "More than words"!


E as 6 coisas são:


1 -Que desconhecidos digam mal de mim. Não me importa!


2 - Que a água esteja fria no mar ou no banho. Não me importa!



3 - Que haja um dia que não esteja lá muito penteada. Não me importa!



4 - Superstições como disse a Patricia, não ligo a isso.



5 - Arte.



6 - Que a minha opinião seja diferente da dos outros. Não me importa! Digo-a mesmo assim.



E desafio agora os seguintes blogs:

"De Palavras e Sonhos"
"Ikki Poemas"
"Paty"
"Cantinho da Cuskia"

Friday, May 16, 2008

Looking for you


Procuro por todo o lado e continou sem te encontrar.
Tenho várias respostas mas nenhuma é aquela que quero receber.
Fico triste, e cada dia que passa sinto-me cada vez mais sozinha, por todas estas falhadas tentativas.
Continou à procura, nunca irei desistir...

Talvez seja estúpido da minha parte mas não o consigo evitar.
É o que as más influências da sociedade fazem, ou talvez seja só de mim. (mania de culpar os outros)
E quando penso no que estou a fazer, não encontro resposta, só o sentimento de desespero.
Se um dia te encontrar, penso que não me irá faltar mais nada, espero nessa altura sentir-me como uma pessoa normal que até agora pareço não ser.
Enquanto não te encontro, sou alguém incompleto, demasiado ingénua para saber o que não devia fazer e que se agarra a palavras desconhecidas por não ter mais nada onde se agarrar.

O desejo de te encontrar é tanto que quase enloqueço por dentro.
Espero pelo menos que fique por ai.

Poemas inconjuntos


"É noite. A noite é muito escura. Numa casa a uma grande distância
Brilha a luz duma janela.
Vejo-a, e sinto-me humano dos pés à cabeça.
É curioso que toda a vida do indivíduo que ali mora, e que não sei quem é,
Atrai-me só por essa luz vista de longe.
Sem dúvida que a vida dele é real e ele tem cara, gestos, família e profissão.
Mas agora só me importa a luz da janela dele.
Apesar de a luz estar ali por ele a ter acendido,
A luz é a realidade imediata para mim,
Eu nunca passo para além da realidade imediata.
Para além da realidade imediata não há nada.
Se eu, de onde estou, só vejo aquela luz.
Em relação à distância onde estou há só aquela luz.
O homem e a família dele são reais do lado de lá da janela.
Eu estou do lado de cá, a uma grande distância.
A luz apagou-se.
Que me importa que o homem continue a existir?
Alberto Caeiro

Chega de fingir.

Não quero saber!
Porque me obrigam a ouvir isto?!
Querem que me sinta pior do que eu já me sinto?!
Por não me inserir nas vossas conversas, nem perceber as vossas piadas?

Não consigo. Não faz parte da minha natureza. Nunca fui assim. Nunca o serei.
Se parar de me rir (se não me rir ainda choro) será que vão perceber?
Estou perdida, no meio de tanta informação inútil.
Sim, inútil!
Não devia ter receio de vos dizer isto na cara, mas tenho.
Vocês são tão diferentes de mim...
Não vos critico pelo que são mas pelo que viveram.
Não me obriguem a mudar o que sempre fui.
Pois pelas coisas que dizem, não vale a pena mudar.
Desculpem, vivi coisas diferentes, sei coisas diferentes, não me critiquem...
(Finjo perceber, finjo achar piada. Não acho! Chega de fingir.)

Adoro dramatizar! xD

Fizes te tudo mal (parte 2)

Ainda não aprendes te...

Estou sempre a dizer mal de ti, pois estou.
E podes crer que vou continuar, enquanto não perceberes que estás a fazer tudo mal.
É que o problema é que nunca tiveste ninguém que te disse se que não tens sempre razão.
Ao mesmo tempo sei que a culpa não é tua. O teu passado diz tudo.
Mas o que é que queres que eu te faça? Eu não sei reagir de outra forma, devia ter calma e paciência contigo, mas não consigo.
Também estou eu aqui a tentar ensinar te e tu pareces não querer aprender.
E depois ainda gritas comigo!
Desculpa se estou errada, mas sabes, herdei isto de ti: Pensar que tenho sempre razão.

Friday, May 9, 2008

Poemas inconjuntos


"Ontem o pregador de verdades dele
Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham.
(Não do das pessoas que sofrem, que é afinal que sofre).
Falou da injustiça de uns terem dinheiro,
E de outros terem fome, que não sei se é fome de comer,
Ou se é só fome de sobremesa alheia.
Falou de tudo quanto pudesse fazê-lo zangar-se.

Que feliz deve ser quem pode pensar na infelicidade dos outros!
Que estúpido se não sabe que a infelicidade dos outros é deles.
E não se cura de fora,
Porque sofrer não é ter falta de tinta
Ou o caixote não ter aros de ferro!

Haver injustiça é como haver morte.
Eu nunca daria um passo para alterar
Aquilo a que chamam a injustiça do mundo.
Mil passos que desse para isso
Eram só mil passos.
Aceito a injustiça como aceito uma pedra não ser redonda,
E um sobreiro não ter nascido pinheiro ou carvalho.

Cortei a laranja em duas, e as duas partes não podiam ficar iguais.
Para qual fui injusto - eu, que as vou comer a ambas?"

Alberto Caeiro


Saturday, May 3, 2008

Ser criança...


Aí!
Ultimamente tenho dito muito esta palavra, ultimamente tenho suspirado muito,"ultimamente têm passado muitos anos".

Detesto a forma como os adolescentes pensam.

Detesto saber que tenho de crescer quando sei que não gosto do que me espera.
Por mim ficava sempre criança, elas são tão puras, não sabem o que é o mal...pelo menos antes não sabiam...
Sinto falta do antigamente, mesmo que nunca o tenha conhecido sem ser na 1ª pessoa.
As crianças começam a crescer cedo demais e a sua magia desaparece.
E eu vou desaparecendo com ela...

Para mim é tão essencial que uma criança não conheça o mundo tal e qual como ele é, para mim é tão importante que os sonhos das crianças sejam o que há de mais importante...

No meu presente sinto falta dessa ignorância, dessa pureza, dessa inocência.
Sinto tanta falta que chego a culpar o mundo e a sentir-me desapontada com ele por as fazer crescer tão depressa.
Quando digo o mundo, estou a falar da Humanidade, das pessoas, principalmente dos adultos.
Deviam protege-las e deixa-las serem crianças enquanto podem...
Não as façam crescer cedo demais, elas irão crescer, mas não é preciso ser agora, não precisa de ser já.
Não as larguem, cuidem delas, ensinem-lhes coisas boas com as quais elas serão melhores pessoas quando crescerem, não agora, não amanhã, mas algures no futuro.

Ainda sou uma criança e não tenho vergonha de o dizer.
Até tenho orgulho. Quem me dera ser criança para sempre...



XXVIII


"Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.

Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.
Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.

Mas as flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram coisas vivas, não eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.

É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.

Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza."

Alberto Caeiro

Putos da minha idade


Eles acham-se tão grandes...
Os putos da minha idade pensam que sabem tudo, pensam que lideram o mundo.
Os putos da minha idade são assim, por mais que lhes expliques, eles não querem ouvir porque pensam que já nascem ensinados.
Acham que já têm muita maturidade só porque vêem certas coisas que não deviam ver e vão a sítios que acham ser super fixes onde possivelmente não deviam ir.
Pensam que se imitarem os mais velhos serão como eles.
Então bebem, então fumam, então fazem o que eles querem, porque "já são grandes e simplesmente podem".
Não podiam estar mais enganados.
Eles esquecem-se que não têm aquela coisa que só se obtém com o tempo, a experiência.
Mas eles são muito impacientes e querem ter tudo já, e querem ser tudo já.
Um dia, quando já forem "velhos" dirão: "Devia ter ouvido aquele conselho do meu pai." "Devia ter pensado melhor naquele assunto."
Mas enquanto não são velhos são só putos da minha idade que continuam a fazer o que lhes apetece e a fazer figuras de parvos por tanto quererem armar-se em grandes.




Sunday, April 20, 2008

O som do piano é magnifico.
O pôr-do-sol, único.
Sentir a chuva a tocar em nós é libertador.
A vista do horizonte, espectacular.
Um sorriso de uma criança, indescritível.
O toque do vento, agradável.
A visão de um campo com flores é deslumbrante.
O som dos pássaros, relaxante.
A brisa do mar é reconfortante.
O cheiro do pão ao sair do forno, delicioso.
O paladar do chocolate é irreal.
O cheiro das piscinas, maravilhoso.
O céu estrelado, mágico...

A vida é cheia de todas estas pequenas coisas que muitas vezes não sabemos apreciar.

Se se lembrarem de mais alguma, digam que eu meto aqui. =)

Bem triste.


As pessoas são tão egoístas!

Tiram os animais dos seus habitats para os meter em jardins zoológicos, em circos ou noutro sítio qualquer.
Mas eu não vejo beleza nenhuma num animal que não está feliz, preferia nunca o ver do que o ver assustado e deslocado.
Parece que muita gente não é da mesma opinião.
Usamos os animais para nosso divertimento e não há nada mais nojento do que isso.
Sei que há muitos sítios que tratam bem os animais, mas essa não é a questão.
Eles continuam presos e a maior parte deles num sitio mesmo muito mais pequeno que o sitio onde viviam.
Muitos deles não fizeram mal a ninguém, mas estão presos em jaulas como se tivessem feito.
Não digo que todos são infelizes, mas estamos a privá los de uma vida em liberdade, a sua vida natural.
Para além disso é tão mais bonito vê-los no seu habitat do que presos numa jaula.
Os animais são seres como tu e tu, não deviam ser tratados como inferiores, deviam ser deixados em paz.

A paz que todos gostamos de ter.

Friday, April 11, 2008

Life of a teenager

"Life is full of thrills,
And life can be rough,
yet life is full of chills,
And life can be tough,
Making decisions,
Fulfiling your dreams,
choosing our future,
isn't easy as it seems,
Dealing with pressure,
Dealing with school,
As people criticize you,
they make you look like a fool.

Drama and gossip,
Floating around,
People are talking,
No truth to be found,
Hang out with friends,
So the fun never ends,
Don't drink and drive,
Maybe then you'll save a life,
Be careful who you trust...
Take a risk if you must,
Share all your laugher
Smile every day
Forget all your problems
It's better that way,
Just know who you are,
Believe that you can make it
Live your life to the fullest.
And try not to break it."

By: Katherin Z. Donskaya

Saturday, April 5, 2008

Fizes te tudo mal.


Dizem que tenho a mão pesada, se calhar é graças a ti.
Fizes te me lutar contra ti quando era pequena e agora queres que me dê bem contigo?!
Desculpa, mas não consigo.
Não te aceito como és, portanto não sou tua amiga.

Aquelas tuas duvidosas brincadeiras...
Claro que chorava nessas alturas, querias o que? Eras mais forte do que eu.
Lembro me das tuas palavras sempre a deitar me abaixo. Querias que lutasse tanto como tu, sabendo que eu não tinha nem metade da tua força.
Mas por incrível que pareça, não era a dor que me fazia chorar, era o facto de não conseguir ser mais forte do que tu.
Fugia das tuas lutas quando sabia que não aguentava mais tanta frustração.

Era uma miúda sabes?
E aquilo que fazias e dizias marcou me.
Tu nunca soubeste o que eu realmente gostava, tu nem te importas. E se te importas, não o sabes demonstrar.

Agora não me venhas dizer que já não gostas de mim assim.
Que eu sei bem o que é que tu queres. Queres te sentir mais forte.
Como todos os homens.

Queres sentir que sabes mais do que eu.

Ao longo do tempo deixas te de te meter comigo.
Sabes que agora a coisa é diferente, quem te iria magoar era eu.

Apesar de tudo, tornei me uma pessoa pacífica. Não sei bem como...

Sabes o que realmente adoro?!
É saber o quanto te posso magoar e não o fazer.
Agora sei que sou realmente mais forte do que tu, no ponto mais importante, psicologicamente.

Pelo menos ensinaste me uma coisa, a desconfiar sempre e a estar sempre alerta.
Agora ninguém me magoa. Nem por dentro, nem por fora. Agora o poder está em mim.

Mas sei que não era isso que me querias ensinar. A verdade é que nem tudo é o que parece, e tu sem saberes, fizes te tudo mal.

Não te preocupes, eu fico bem, a nossa relação é que não.
Desculpa, mas há coisas impossíveis de mudar.

Cresci e aprendi. E tu? Quando é que vais aprender?

Tuesday, April 1, 2008

Religião

Deus...
Está por todo o lado, é na tv, é nas revistas, é nas pessoas, é nas expressões.
Ai...Fico cansada de lutar contra as crenças de todos. Fico cansada de desacreditar algo que sempre todos acreditaram. Antes ainda dava conversa, ainda argumentava, ainda contava os meus pontos de vista. Agora desisto, desisto de dizer a minha opinião. De que é que serve?! Se o que faço é que se zanguem comigo por não acreditar
NELE. Eles que acreditem no que quiserem.
Ninguém vai mudar a minha maneira de pensar.
E a não ser que o
TODO PODEROSO apareça á minha frente continuo com as minhas ideias fixas que ELE não existe.
E começo a ficar farta de ouvir falar nele sempre, a toda hora, em qualquer lugar mas isso vou ter que me habituar. Vou ter que me habituar a conviver com algo que acho rídiculo.

Como alguém disse um dia, "Eu sou espiritual, mas não religioso. As religiões afastam as pessoas, a espiritualidade une-as."

Wednesday, March 12, 2008

Silêncio


Não me faças falar...
Não me perguntes, eu não vou responder.
Se não a dor volta.
E isso eu não quero que aconteça.

O silêncio até é bonito.
Mas á que o saber apreciar.
Tá calado e ouve o silêncio!
Agora é por ele que vamos falar.
Olha me nos olhos e diz me o que vês, o que sentes, o que "ouves".
Não consegues perceber?!
E é isso que me irrita.
Não que eu não goste de palavras, até gosto.
Mas como gostava que por vezes bastasse o silêncio para nos entendermos.

No dia em que o silêncio bastar dou uma festa em tua honra.
Nem que seja só, uma festinha dentro de mim.

Será que só parece?!

Ás vezes parece que está tudo trocado.
Parece que anda tudo virado ao contrário.
Parece que o que é não é.
E que a verdade é mais mentira que a mentira em si.
Parece que um beijo não vale nada e as histórias de príncipes encantados já não existem.
Parece que é bonito dizer que se adora uma pessoa, mesmo quando no dia a seguir já nem se sabe quem é.
As palavras parecem que já não têm significado, pois são utilizadas em vão.

Parece que ninguém acredita nos sonhos e o pessimismo está acima de tudo.
Parece que rir é para os palhaços e que agora a moda é fazer se de coitadinho e dizer que tem uma vida muito difícil. Mesmo que tenha se o diz é porque quer continuar a tê-la. Mas muitos nem sabem o que é uma vida difícil.
Parece que não vale a pena pedir desculpa, porque o mal já está feito. Como se -Desculpa!- custasse assim tanto de dizer.

Parece que já ninguém sabe falar, só sabem discutir.
Parece que os bons modos estão a desaparecer e já nada importa.
Ás vezes nem sei o que é certo e o que é errado. Ouço tantas opiniões diferentes.
Ás vezes até parece que estamos a andar para trás em vez de andarmos para a frente.

Ás vezes parece que está tudo trocado. O bem e o mal. O justo e o injusto. O certo e o errado. A mentira e a verdade...

Friday, February 29, 2008

Tudo o que quero ouvir

Diz me que eu sou alguém.
Diz me que faço falta neste mundo.
Diz me que sou importante.
Não importa para quem ou porque.


Diz me que sou bonita.
E que não tens intenções nenhumas ao dizeres me isto, sem ser fazeres me feliz.
Diz me que adoras a minha maneira de ser.
Diz me que os sorrisos são lindos, principalmente o meu.
Diz me tudo aquilo que eu quero ouvir.

Diz me que todas as pessoas que alguma vez fizeram o mal estão arrependidas.
Diz me que a pobreza é pouca e que um dia todos seremos felizes.
Diz me que não morrem pessoas á fome.
Diz me que os injustiçados são poucos.
E só existem pessoas honestas neste mundo.
Diz me que a guerra não existe.
E que nunca ninguém inventou bombas.
Diz me que é fácil falarmos todos e nos compreendermos.


Diz me que sim.
Que tenho sempre razão.
Não importa o quanto errada esteja.
Diz me tudo o que quero ouvir.
Para poder dormir nessa noite um pouco melhor.

Ficarei á espera dessas tuas palavras, eternamente...

Friday, February 22, 2008

Quem?! Não interessa.

Ás vezes parece que nada importa.
Como se só existisse eu no mundo.
Como se tudo o resto fosse pouco importante.

Amigos?!
Família?!
Deviam importar?!
Carinho e atenção deviam ser sentidos?!
Especiais?
Importantes? Únicos?
Bem que queria sentir isso tudo.

Tudo o que sinto vem da cabeça, não do "coração".
Coração entre aspas, pois a função do coração é bombear sangue para o nosso corpo.
Isso do amor vir do coração é só uma expressão.
Quem não sabia isso?!

Os sentimentos não existem.
Nós é que gostamos de os criar para acrescentar algo de mais complexo e único á nossa existência.
Sem eles, quem ou o que seriamos?!

Mais um mísero ser neste mundo. Como se já não o fossemos.
Um não. Nós somos muitos.
Infelizmente ou felizmente, conforme os pontos de vista.

Apeteceu-me rascunhar este meu pensamento.

Algo nos teus olhos


Os teus olhos brilham no escuro.
Já tinhas reparado?

Como duas luzes no fim de um tunel.
Não, não estou a comparar os teus olhos com um carro.
Até porque de carros eu não gosto.

Sabes uma coisa?
Nunca vi olhos tão bonitos como aos teus.

A cor, a profundindade.
Diz-me onde os foste buscar?

Ah e o resto de ti? Lindo pois.
Completamente. Por dentro e por fora.

Devo um obrigado a esses teus olhos.
Obrigado!

Se não fossem eles não te tinha conhecido.
Pois foram eles que me fizeram reparar em ti.

Ás vezes até parece que gosto mais deles do que de ti.
Mas não leves a mal.

Porque eu sou mesmo assim.
Um pouco fora da realidade.
...

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP