Sunday, August 30, 2009

Sem sentido?


Observava a janela e as paisagens por detrás dela.
Passado um momento deixei de ver, ficou tudo branco. Por mais que piscasse os olhos já não valia a pena, já não tinha forças para me obrigar a ver.
E comecei a chorar até não puder mais. E comecei a gritar... E tudo o que tinha em mim gritou comigo.
Quando abri os olhos vi tudo às cores, cores vivas, cores reais. O mundo continuava igual... Como se nada tivesse acontecido.
Inconscientemente fechei os olhos e desejei ver tudo branco mais uma vez.

Wednesday, August 26, 2009

Quem és tu?


Olhei para os teus olhos, até tinhas uns olhos giros. Eram daqueles que cativavam e deixavam-nos com vontade de ficar a olhar. E depois não era só isso. Notava-se no teu tom de voz um carinho especial pela pessoa que estava à tua frente.
Os teus gestos comprovavam a doçura da tua alma. Todo o teu eu, que nunca conheci verdadeiramente, tinha ar de ser emotivo e sensível.
A maior parte das pessoas rir-se-iam de mim se eu lhes dissesse que tu eras assim. E no entanto mesmo nunca tendo falado contigo sei que és assim.

Isto é o que as pessoas que vivem à parte da sociedade fazem. Vivem pelos outros. Pelos seus olhares, pelos seus gestos, pelas suas expressões...
E aprendem. Aprendem o quanto as pessoas enganam quando não vistas com olhos de ver. Quando não ouvidas com atenção, quando não interpretadas da maneira correcta.

Eu conheço-te. Não o TU superficial que mostras a toda a gente mas o TU que pouca gente sabe que existe, aquele que TU realmente és.
Eu conheço-te, será que algum dia alguém me conhecerá a mim?

Friday, August 21, 2009

O mais importante

Finalmente consegui escrever um texto optimista! Espero que gostem... ^^




No outro dia estava eu sozinha a passear no shopping, para variar, quando vi uma cara conhecida.
Era uma mulher com os seus 1,75 de altura, magricela, ar desleixado e uma cara de poucos amigos.

Tive uns segundos a olhar para ela e foi o que bastou para lembrar-me de onde a conhecia. Era uma antiga amiga de escola.
Bolas ao olhar para ela apercebi-me como o tempo tinha passado. Já não éramos aquelas meninas que liamos Witch e passávamos horas ao telefone a falar de coisas sem o mínimo interesse.
Agora éramos duas mulheres e tínhamos seguido caminhos separados.


Há anos que não falava com ela. Já nem me lembro qual foi o momento exacto em que deixámos de falar, penso que foi quando tivemos uma discussão sobre as companhias dela.
Ao lembrar-me disto dirigi-me a ela:
- Olá! - disse eu com um sorriso de orelha a orelha feliz por a reencontrar.
Ela ficou uns segundos a olhar para mim e depois respondeu:
- Ah eu conheço-te... Sara! Estás tão diferente!
E sentámo-nos num café a conversar.


Passei umas boas 2 horas a ouvi-la. Contou-me tudo. Contou-me que não tinha acabado o 12ºano, contou-me que se tinha metido nas drogas no ano a seguir a ter deixado de falar comigo. Contou-me que fez uma desintoxicação há uns anos e que agora tem andado melhor. Contou-me que tinha 2 filhas a viver com o pai porque ainda não se sentia capaz de cuidar delas.
Depois de dizer isto caiu-lhe uma lágrima do olho e admitiu que não tinha era coragem de enfrentar o pai depois de tudo o que aconteceu.
Tentei dar-lhe alguns conselhos e animá-la um bocado. Acho que tive sucesso porque quando nos despedimos ela já tinha um sorriso na cara.


Cheguei a casa e não pude deixar de pensar o quanto mudámos. Sempre fomos muito alegres, grandes amantes da vida, fazíamos dela uma festa todos os dias.
Hoje em dia já não é bem assim. Nem do meu lado nem do dela. Ficámos mais carrancudas e mais pessimistas com o tempo.
Eu deixei de viver a vida e ela estragou a dela. Mas ainda não é tarde demais.
Hoje à noite vou lhe ligar para conversarmos de coisas sem o mínimo interesse e nem quero saber da conta do telefone. Pode ser que ainda vá a tempo e não deixe escapar de vez a criança que há em nós.


Pensamos que o mais importante é termos dinheiro para as nossas coisas e uns quantos amigos e talvez um namorado...
Não. O mais importante é acharmos a felicidade nas pequenas coisas. O mais importante é não deixar escapar a nossa criança. E sermos um pouco crianças para sempre.


Final feliz:


Liguei-lhe no outro dia e no dia a seguir e a seguir. Vou ajudá-la a criar as filhas que agora já vivem com ela. Porque apesar de não querermos que a nossa criança fuja, existem as verdadeiras crianças que ainda precisam de nós.
Ontem fomos passear as 4 e íamos aos pulinhos até ao jardim, nunca reparei no quanto é bom saltar.
E quem olhava para nós perguntava-se:
- A onde é que está a mãe daquelas 4 crianças?
E nós riamos e continuávamos a saltar.

Wednesday, August 12, 2009


Tenho um objectivo: escrever um texto optimista com um final feliz nas próximas semanas.
Vai ser difícil (o meu interior não é muito dado a finais felizes, apesar de já ter escrito textos que não são completamente pessimistas).
Para alguns dos meus seguidores isto também é um desafio.
Para esses, sintam-se desafiados. ^^
E agora passo ao texto de hoje:




Tom sentia-se bem.
Tinha concretizado o seu sonho, estava a "viajar" sozinho. E ainda por cima o sítio que teve como destino era indescritível.
Tom só tinha 13 anos mas o seu espírito aventureiro sempre o levava para longe.
Desta vez tinha ultrapassado as suas expectativas, tinha tido coragem de andar Kms sem a permissão dos pais, estava em pulgas.
Ele não conhecia o local onde tinha ido parar mas já o adorava.
A paisagem para as montanhas era espectacular. Tudo naquele lugar lhe parecia mágico.
Estava um belo dia de sol e não se via ninguém nas casas da redondeza. Tom achou que deviam ter ido todos para a praia visto que não ficava muito longe.
Preferia assim pois era como se toda a beleza daquele sítio fosse só dedicada a ele.

Tom olhou para o seu lado direito e viu um bosque com árvores cheias de pinhas que lhe fez lembrar o sítio onde costumava fazer piqueniques com os avós quando era mais novo.
Quando voltou a olhar para a paisagem ficou perplexo, já tinha anoitecido.
A lua cheia brilhava e iluminava as montanhas, as estrelas eram impossíveis de contar.
Tom ficou maravilhado com a beleza do céu. Sentou-se no chão, depois deitou-se e ficou ali.
Numa certa altura fechou os olhos por um momento, quando os voltou a abrir deu um salto como nunca tinha dado.
Tom encontrava-se na sua cama, no seu quarto, na sua casa.
Levantou-se e foi à janela. O céu estava preto, a lua não se via e as estrelas tinham desaparecido com ela.

- Como pode aquilo ter sido um sonho? - perguntava-se Tom. - Como? Se foi a viagem mais real que fiz até hoje. Se foram os momentos mais felizes. Se foram as paisagens mais espectaculares que eu já vi. Como? Se nunca me senti tão acordado...

Tom, desanimado, voltou para a sua cama...e adormeceu...e nunca mais voltou a acordar.

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP