Saturday, March 27, 2010

Batendo no fundo


E perguntava-me, constantemente, para onde tinha ido todo aquele amor. Aquele amor que o Francisco dizia que sentia por mim, para onde tinha ido ele? E será que era mesmo isso que me interessava?
Estava tão cansada e tão triste que quando o Rodrigo (que eu sabia que aproveitava-se de todas) se aproximou de mim a perguntar se estava tudo bem eu beijei-o. Ele claro não se afastou e perguntou-me se eu queria ir para o carro dele. Eu disse que sim nem pensando bem na minha resposta. Mal chegámos lá ele saltou para cima de mim como um animal cheio de fome.
Quando tinha acabado de despir-me a parte de cima eu "acordei", afastei-o, vesti-me à pressa e sai do carro a correr. Parei ao pé de uma igreja e sentei-me cá fora.
Não era religiosa, tinha ido simplesmente lá parar. Aquele sítio estava deserto àquela hora do dia...

Eu respirei fundo e começaram a cair-me lágrimas do canto do olho. Tinha batido no fundo, estava tão desesperada que já não sabia mais que havia de fazer.
De repente alguém interrompeu os meus pensamentos. Era um homem que estava sentado demasiado perto de mim. Quando reparei nele comecei a levantar-me. O homem veio ter comigo e perguntou-me as horas.
No exacto instante em que olhei para o relógio ele agarrou-me por trás, tapou-me a boca e pegou-me ao colo. Eu ainda tentei fugir mas foi em vão, o homem era fortíssimo.
Ele levou-me para dentro da igreja, para dentro do confessionário e tirou-me a roupa com uma rapidez impressionante, mas até de uma forma delicada. Eu, em segundos, fiquei completamente nua à frente do desconhecido. O homem pegou na minha cara, olhou-me nos olhos e como se tivesse entrado dentro da minha alma disse:

- Não quero que sofras mais.
E beijou-me como nunca ninguém me tinha beijado, e fez amor comigo ali naquele sitio, naquele momento. Fiquei tão chocada que parei de lutar e deixei-me ir. Ele foi rápido, conseguindo mesmo assim entrar e sair dentro de mim as vezes suficientes para eu ter, incrivelmente, um orgasmo. E no fim vestiu-me quase tão depressa como me tirou a roupa. E foi-se embora... Mas não sem antes me lançar um olhar intenso. Um olhar como nunca tinha visto antes, um olhar que parecia estar cheio de significado e valor.

Vestida com sangue à minha volta, estava absolutamente perplexa com o que tinha acontecido.
Quando finalmente consegui mexer-me sai do confessionário. Continuava sem ver uma única pessoa.
Sentei-me num banco da igreja e comecei a tentar formar frases na minha cabeça.

O homem... Violo-me. Mas... As suas palavras... O seu olhar... Mas... Como?! O homem... Salvou-me.

Saturday, March 13, 2010

Invisível aos teus olhos


E lá estava ela, decidida nos seus passos mas, ao mesmo tempo, com um pouco de indecisão no seu olhar. Sempre que a via o meu coração parecia que ia sair do peito. A sua beleza era estonteante, o seu sorriso um outro mundo...Ela brilhava com cada movimento que fazia.
Não a conhecia sem ser de vista, contudo desejava ardentemente falar com ela, estar ao pé dela e puder olha-la de perto.


Um dia vi-a deixar cair uma folha no chão e achei que era a minha hipótese, fui a correr apanhar a folha e levei-a até ela:
- Olha descu-lpa deixaste cair isto - disse eu a medo.

Ela sorriu e agradeceu e eu fiquei parado naquele mesmo sítio a reviver aquele momento como se fosse um filme. Era tudo demasiado parvo mas eu não conseguia resistir, não conseguia parar de olhar para ela a ir embora com o seu cabelo a esvoaçar...

Quando acordei deste sonho que tinha sido real, tive que dar uma estalada a mim mesmo para ter a certeza que não estava sonhar.

Uns dias depois vi-a sozinha sentada num banco, tive muito tempo de volta daquele banco até ganhar coragem para ir falar com ela. Quando fui disse tudo mal e tudo trocado, as palavras saíram todas erradas da minha boca. Ela mesmo assim não me tratou mal e disse-me o seu nome: Sónia...
Depois disse-me que queria estar sozinha e pediu-me para falarmos outro dia. Eu saí de ao pé dela aos pulos de alegria por ter falado com ela, por ter tido o privilégio de ouvir a sua voz a dirigir-se a mim.


Nos dias seguintes ela dizia-me olá mas não dizia mais nada. Como estava sempre com as amigas também não a queria chatear e por isso também não dizia mais nada.
Até um dia que ela passou por mim e cumprimentou-me com dois beijinhos (ainda os devo ter gravados nas minhas bochechas). Nessa altura pedi-lhe o email, a pensar que ia conseguir falar mais com ela. Porém, depois de termos falado algumas vezes no msn ela deixou de lá ir. E as vezes que me dizia alguma coisa lá na escola eram cada vez menos. Ás tantas começou a já não me dizer nada quando passava por mim.
Fiquei destroçado pelo desprezo, por ter deixado de falar comigo assim do nada. Fiquei tão perplexo que até hoje ainda não tive coragem para ir falar com ela sobre isso. Mas gostava de saber porquê... Porquê?!

Ainda há pouco tempo vi-a sozinha outra vez, sentada no mesmo banco onde me disse o seu nome e me permitiu entrar na sua vida (mesmo que tenha sido por pouco tempo). Nesse dia sentei-me no banco ao lado do dela e fiquei ali muito quieto, ela nem se apercebeu da minha presença... Até que uma amiga dela chamou-a e ela levantou-se e foi ter com a amiga.
No momento em que se levantou reparou que eu estava ali mas desviou logo o olhar e continuou a sua vida... Como se eu fosse um mero desconhecido, como se nunca nos tivéssemos cruzado, nem falado, nem nada.
Como se fosse invisível.

Detesto-a! E detesto-a porque, apesar de tudo, continua a brilhar.
E brilha, brilha, brilha...

__________________________________________________________________
Desculpa-me.

Friday, March 12, 2010

Ar puro

As mudanças são necessárias.
Respirar Ar puro, de vez em quando, também.

Para não falar do significado por detrás do nome. ^^

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP