Tuesday, November 15, 2011

”Assim estaria a tratá-lo pela doença e não pela pessoa”


Escrevo agora um texto que já devia ter escrito há muito tempo mas só agora ganhei inspiração para o fazer. Agradeço à pessoa que me deu a ideia de o escrever e à qual tenho uma enorme admiração por ter feito o que fez e como o fez.

Vou usar algumas frases meio tuas espero que não te importes e é com este texto que eu quero que te identifiques, com toda a glória que tens por seres a pessoa fantástica que és. ^^



 Mais um dia de escola e tudo me parecia igual, as pessoas continuavam as mesmas bestas, o caminho não mudara, o autocarro tinha as mesmas cores, a escola o mesmo ambiente desertificado e escuro. Entrei dentro da sala e olhei para trás para ver se nada me impedia de entrar, mas não, esta tinha sido a vida que escolhi e agora só tinha de aguentar. E ao lembrar-me do Tony Carreira por ter pensado isto acabei por sorrir um pouco e sentar-me na minha mesa um pouco mais confortado de espírito.
Rapidamente adormeci o meu intelecto e comecei a sonhar nas coisas que poderia fazer para mudar o mundo, mesmo sabendo que ali sentado naquela cadeira pouco poderia fazer, até que já eram horas de sair e eu quase agradeci a Deus por isso, mesmo não sendo religioso.
Sai da sala, sai da escola e entrei no mundo real, sabia que tinha outra aula daqui a uma hora mas ainda tinha tempo para passear um bocado e ir almoçar. E foi o que fiz, entrei num restaurante que já tinha visto, no dia anterior, que tinha comida vegetariana, sentei-me e pedi uns bifes de soja que por acaso tinham um óptimo aspecto.
Quando acabei de comer, paguei e vi-me embora respirando fundo o ar de Lisboa, que não era tão bom como o ar ao pé do mar, claro, mas era o que havia, e há falta de melhor aguentamo-nos com o que temos.
E fui passear ali pelas redondezas, estava muito bem a andar quando vi um homem meio perdido no meio de uma estrada, após uma breve observação apercebi-me que o homem era cego e que, nitidamente, precisava de ajuda. Cheguei-me ao pé dele e disse num tom de brincadeira: “Então mas o que é que andamos a fazer no meio da estrada? Está a ver se o matam ou quê? Ande lá para o passeio.” E o homem agradeceu o aviso e até sorriu um pouco. Depois de uma breve conversa indiquei-lhe onde era a paragem de autocarro que ele procurava e fui embora sabendo que a independência deste tipo de pessoas é muito importante mesmo que seja difícil de adquirir.  

Fiquei feliz por puder ajudar e, principalmente, pelo sorriso com que ele ficou na cara depois de eu o fazer porém, o que ficou mesmo na minha cabeça foi uma das coisas que me disse: “Obrigado por não me tratar pela doença mas sim pela pessoa que sou.”

Podem dizer muita coisa mas os sorrisos das pessoas que ajudamos e as suas palavras de agradecimento valem mais do que qualquer outra coisa.

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP