Friday, August 21, 2009

O mais importante

Finalmente consegui escrever um texto optimista! Espero que gostem... ^^




No outro dia estava eu sozinha a passear no shopping, para variar, quando vi uma cara conhecida.
Era uma mulher com os seus 1,75 de altura, magricela, ar desleixado e uma cara de poucos amigos.

Tive uns segundos a olhar para ela e foi o que bastou para lembrar-me de onde a conhecia. Era uma antiga amiga de escola.
Bolas ao olhar para ela apercebi-me como o tempo tinha passado. Já não éramos aquelas meninas que liamos Witch e passávamos horas ao telefone a falar de coisas sem o mínimo interesse.
Agora éramos duas mulheres e tínhamos seguido caminhos separados.


Há anos que não falava com ela. Já nem me lembro qual foi o momento exacto em que deixámos de falar, penso que foi quando tivemos uma discussão sobre as companhias dela.
Ao lembrar-me disto dirigi-me a ela:
- Olá! - disse eu com um sorriso de orelha a orelha feliz por a reencontrar.
Ela ficou uns segundos a olhar para mim e depois respondeu:
- Ah eu conheço-te... Sara! Estás tão diferente!
E sentámo-nos num café a conversar.


Passei umas boas 2 horas a ouvi-la. Contou-me tudo. Contou-me que não tinha acabado o 12ºano, contou-me que se tinha metido nas drogas no ano a seguir a ter deixado de falar comigo. Contou-me que fez uma desintoxicação há uns anos e que agora tem andado melhor. Contou-me que tinha 2 filhas a viver com o pai porque ainda não se sentia capaz de cuidar delas.
Depois de dizer isto caiu-lhe uma lágrima do olho e admitiu que não tinha era coragem de enfrentar o pai depois de tudo o que aconteceu.
Tentei dar-lhe alguns conselhos e animá-la um bocado. Acho que tive sucesso porque quando nos despedimos ela já tinha um sorriso na cara.


Cheguei a casa e não pude deixar de pensar o quanto mudámos. Sempre fomos muito alegres, grandes amantes da vida, fazíamos dela uma festa todos os dias.
Hoje em dia já não é bem assim. Nem do meu lado nem do dela. Ficámos mais carrancudas e mais pessimistas com o tempo.
Eu deixei de viver a vida e ela estragou a dela. Mas ainda não é tarde demais.
Hoje à noite vou lhe ligar para conversarmos de coisas sem o mínimo interesse e nem quero saber da conta do telefone. Pode ser que ainda vá a tempo e não deixe escapar de vez a criança que há em nós.


Pensamos que o mais importante é termos dinheiro para as nossas coisas e uns quantos amigos e talvez um namorado...
Não. O mais importante é acharmos a felicidade nas pequenas coisas. O mais importante é não deixar escapar a nossa criança. E sermos um pouco crianças para sempre.


Final feliz:


Liguei-lhe no outro dia e no dia a seguir e a seguir. Vou ajudá-la a criar as filhas que agora já vivem com ela. Porque apesar de não querermos que a nossa criança fuja, existem as verdadeiras crianças que ainda precisam de nós.
Ontem fomos passear as 4 e íamos aos pulinhos até ao jardim, nunca reparei no quanto é bom saltar.
E quem olhava para nós perguntava-se:
- A onde é que está a mãe daquelas 4 crianças?
E nós riamos e continuávamos a saltar.

2 comments:

S@B said...

Muito INTERESSANTE essa SITUAÇÃO!!!
Que BOM saber que teve um FINAL FELIZ! (Ou será, que foi um INÍCIO?)

PAZ no seu caminhar!

Beijo

Vera said...

Blog mto simpatico e interessante.
Parabens amiga
Bjokas

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP