
Quando abri os olhos vi tudo às cores, cores vivas, cores reais. O mundo continuava igual... Como se nada tivesse acontecido.
Tom sentia-se bem.
Tinha concretizado o seu sonho, estava a "viajar" sozinho. E ainda por cima o sítio que teve como destino era indescritível.
Tom só tinha 13 anos mas o seu espírito aventureiro sempre o levava para longe.
Desta vez tinha ultrapassado as suas expectativas, tinha tido coragem de andar Kms sem a permissão dos pais, estava em pulgas.
Ele não conhecia o local onde tinha ido parar mas já o adorava.
A paisagem para as montanhas era espectacular. Tudo naquele lugar lhe parecia mágico.
Estava um belo dia de sol e não se via ninguém nas casas da redondeza. Tom achou que deviam ter ido todos para a praia visto que não ficava muito longe.
Preferia assim pois era como se toda a beleza daquele sítio fosse só dedicada a ele.
Tom olhou para o seu lado direito e viu um bosque com árvores cheias de pinhas que lhe fez lembrar o sítio onde costumava fazer piqueniques com os avós quando era mais novo.
Quando voltou a olhar para a paisagem ficou perplexo, já tinha anoitecido.
A lua cheia brilhava e iluminava as montanhas, as estrelas eram impossíveis de contar.
Tom ficou maravilhado com a beleza do céu. Sentou-se no chão, depois deitou-se e ficou ali.
Numa certa altura fechou os olhos por um momento, quando os voltou a abrir deu um salto como nunca tinha dado.
Tom encontrava-se na sua cama, no seu quarto, na sua casa.
Levantou-se e foi à janela. O céu estava preto, a lua não se via e as estrelas tinham desaparecido com ela.
- Como pode aquilo ter sido um sonho? - perguntava-se Tom. - Como? Se foi a viagem mais real que fiz até hoje. Se foram os momentos mais felizes. Se foram as paisagens mais espectaculares que eu já vi. Como? Se nunca me senti tão acordado...
Tom, desanimado, voltou para a sua cama...e adormeceu...e nunca mais voltou a acordar.