Wednesday, June 10, 2009

Um sentimento sem nome


Conheço uma mulher chamada Sandra que trabalha comigo já algum tempo mas mesmo assim, de vez em quando, não a consigo perceber.
Ela é diferente de todas as pessoas que conheço. Sente as coisas de uma maneira diferente, vive para ela quase exclusivamente.

Tem um bom coração mas vive muito no seu mundo. Raramente se apercebe do mundo exterior.
É uma pessoa espectacular quando conhecida a pormenor.
Pelo menos foi o que a Manuela disse, que é a única pessoa que a conhece mesmo bem, são amigas quase desde que nasceram.


Na verdade, admiro-a. Essa tal Sandra tem uma personalidade muito própria, não sendo realmente complexa mas não se dando a conhecer. O que é realmente engraçado.
Pode-se estar a conversar horas com ela, mesmo assim ficas a saber o mesmo sobre ela que sabias no início da conversa. Apenas sabendo pequenas coisas sobre a sua vida que não dizem grande coisa sobre uma pessoa.

Bem isto tudo para contar a relação que ela tem com um homem que trabalha no segundo andar lá dos escritórios.
Toda a gente diz que eles são marido e mulher porém, nunca os vi darem beijos, nem trocarem chaves de casa, nem nunca os vi discutir. E isso é o que os casais normais fazem.
Saem todos os dias juntos cá do trabalho e estão se sempre a rir quando estão um com o outro e algumas vezes estão ao pé um do outro na cantina e passam o tempo todo sem falar, não deixando os sorrisos de lado.
Como se tivessem uma relação de cumplicidade para além dos toques, dos beijos, de tudo.
O que não se compreende.
O que me espanta são os olhares, os olhares que fazem um ao outro. São cheios de brilho, cheios de significados.
No outro dia tentei perguntar-lhe afinal o que sentia por ele, que relação é que tinha com aquele misterioso homem, que era tão misterioso quanto ela.
E ela apenas sorriu para mim e disse:
- Nem eu sei explicar. Mas na verdade não penso muito nisso.
Fiquei algum tempo a olhar para ela, a pensar.
Fiquei sem perceber, como alguém vivia assim. Sem saber o que sentia por uma pessoa com quem convivia constantemente.


Mas se calhar ela sabe, se calhar ele também. Apenas não têm um nome para dar ao sentimento deles. Apenas criaram um sentimento novo.
E isso eu consigo compreender.

E por isso eu admiro-a. E por isso quase que a invejo.
E por isso sempre que os vejo juntos também sorrio.

1 comment:

rakel said...

que fofo.. axo k esse tipo de cenas é mesmo fixe..perceber uma pessoa sem flr.. apenas por olhar ou sorrir saber o k o outro esta a pensar... ^^

bem miga a mt tempo k n vnh aki :S

mas agr vou ver se consigo vir mais ^^

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP