Monday, March 16, 2009

Morte



Parece uma palavra vazia mas na verdade é cheia de significados.
É uma vida perdida mas no entanto não deixa de ter sido uma vida.
Uma vida que tem muito para dizer aos que ficaram…
A nossa cultura faz um velório em honra das mortes, mas será isso o mais correcto?
Em vez de honrar seja quem for, muitas vezes o que acontece é apenas uma reunião de amigos, familiares, conhecidos.
O que muita gente diria estar realmente a honrar a pessoa porém para mim é ridículo.
Em vez de falarmos sobre quem foi a pessoa, muitas vezes até se evita falar sobre isso. E fala-se sobre os filhos de não sei quem, mais os primos, mais os netos.
Acaba por ser apenas uma reunião de pessoas tristes que acabam por se pôr uns aos outros ainda mais tristes.

Em vez de honrar-mos a morte porque não festejamos a vida?!
Porque não sorrimos todos e agradecemos à pessoa a companhia dela enquanto foi viva?
É preciso chorar insistentemente?
A pessoa viveu, tivemos a honra de a conhecer e de fazer parte da sua vida!
Devíamos estar gratos por isso e lembra-la não como um corpo frio mas com um ar alegre de quando foi viva.
Para que serve um velório? Para ficarmos piores?
Para nos sentirmos ainda pior?!
Na minha opinião é uma parvoíce pegada.
Não precisamos de demonstrar a nossa tristeza a ninguém, nem precisamos de reviver o pesadelo.

O fim de uma vida é o recomeço de muitas outras e é sim algo triste.
O desaparecer para sempre é algo que nos é difícil de aceitar.
Por isso é preciso recomeçar.
Precisamos de clicar no reiniciar do nosso computador. E talvez alguns precisem de ficar adormecidos por uns tempos.
Mas lentamente, iremos ultrapassar o sofrimento.
Até que saberemos viver outra vez, viver completamente.
Teremos uma vida nova, uma vida diferente, uma que provavelmente não queríamos ter mas no entanto as forças do destino o assim quiseram.
E apesar do sofrimento, torna-nos mais fortes.
E no fim a morte deixará de ser tão vazia e conseguiremos dizer – tenho saudades – sem derramar uma lágrima.
E aí já recomeçámos.

A morte não precisa de ser vazia, se soubermos manter as pessoas vivas dentro de nós!

2 comments:

Anonymous said...

O fim, nem sempre e' triste...
nem sempre tem de ser pavoroso...
quem tem medo de morrer, apenas teve medo de viver.
pois se ca dentro, bem no fundo, nos sentirmos realizados, nao materialmente, mas sim sentimentalmente, nao iremos ter medo da morte.
se tens medo de morrer, tentaviver a vida, pois so' assim esse medo vai desaparecer...
se amas-te, se gostas-te, se ris-te e choras-te, se vives-te realmente, vais eliminar o medo, e seguir em frente

rakel said...

nao te contei mas a minha avo morreu a pouco tempo.. e tipo no velorio conheci metade da minha familia k n connhecia.. e n foi bem o choro e essas coisas k marcaram o velorio.. foi mesmo o recordar da força da minha avo'.. e do k ela passou.. e das relaçoes k ela tinha com a familia..

pra dizer a verdade foi uma situaçao mt complicado.. ouve mta confusao.. (coisas de familia mal resolvidas x_x) sim pk esta gente ama-se -.-'

tipo.. eu acho k psicologicamente foi horrivel pra mim.. ok cada um tem a sua maneira de reagir a uma morte.. eu simplesmente n consegui olhar pra ela.. nem me aproximar.. começava toda a tremer.. foi mt mau.. mas n consegui evitar..
e a imagem k tenh na minha cabeça desse dia é ver o caixao.. com tul branco por dentro.. e ver um bocado do cabelo.. o nariz.. a parte k se via ao longe.. e vi tbm as maos dela.. com as flores um um terço.. custa mt.. epah faz mta confusao pensar k simplesmente morreu e k deixou de existir.. k acabou.

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP