Wednesday, July 15, 2009

Perdi-te a ti


Fechei a porta de casa com a sensação que me faltava alguma coisa.
Depois lembrei-me que costumávamos sair sempre juntos, sempre aos risinhos e cheios de vontade de enfrentar o dia.
Faltavas tu.
A tua presença fazia parte da minha rotina há meses. Habituei-me a ter-te por perto.
Demorei minutos a sair do prédio tal e qual o tempo que demorávamos por estarmos sempre a embirrar um com o outro.
Quando sai lá para fora os meus lábios secaram. Imaginei-te ali de mão dada com a minha a dizeres ao meu ouvido que ias sentir saudades minhas dali a 5 minutos.
Lembrei-me que nunca mais ia ouvir essas palavras, lembrei-me que nunca mais ia sentir o teu toque.
Uma lágrima caiu-me do olho e a seguir a essa outra e mais outra…


Parei de chorar quando vi o parque onde todos os dias á tarde sentávamos-nos a falar.
Tudo o que tu alguma vez me disseste passou pela minha cabeça.
Até que uma frase se destacou:
-“Não fiques triste porque acabou fica feliz porque aconteceu.”- Tinhas me dito tu num dia em que eu estava triste já nem sei bem porquê.
A partir daí não chorei mais. E sempre que me lembrava de ti sorria.
Sei que era isso que querias, sei que isso tinha te feito feliz…


Mas a verdade é que durante a noite encharco a minha almofada de lágrimas.
Já não posso ficar horas a ver-te dormir, já não tenho o corpo que me embalava.
Então, só durante a noite, choro por tudo o que eu perdi.
Metade de mim. Perdi-te a ti.

3 comments:

Otário Tevez said...

a noite e odia completam-se.

rakel said...

chorar faz bem^^ limpa a alma!

S@B said...

Oi Ana Rita!

Muito interessantes suas "PASSAGENS"!!!
Estou lendo-as aos poucos... e gostando muito!!!

Abraço

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"...o meu coração é uma floresta cheia de nevoeiro - guarda tudo e não encontra nada. Sou uma recordadora profissional. Vivo de recordações, mesmo daquilo que ainda não fiz.E repito infinitamente os mesmos truques. Iludo-me. Penso sempre que amanhã é que vai ser. Desenvolvi um erotismo futurista: deleito me com o puro prazer dos meus sonhos.De certa maneira, já vivi tudo, porque em sonhos consigo projectar-me inteira nos corpos, nos sentimentos e nas experiências dos outros. Tenho uma capacidade estereofónica; posso ter ao mesmo tempo cem e dezoito anos. O que é um cansaço..." IP