De volta a casa sentia-me presa. Depois de meses a
viajar, a minha casa eram as pessoas.
Aqueles materiais à minha volta, aquelas paredes,
aquela mesma paisagem todos os dias, faziam-me sentir presa. Queria ter
ficado pela viagem, pelo movimento, pelas caras novas, pela aventura, pelo
despreendimento de tudo o que existe sem ser nós mesmos.
Se a merda do dinheiro não existisse, se o que nos
alimentasse fosse a essência das pessoas e da natureza, se a humanidade fosse
diferente, se houvesse mais esperança e genuinidade...
Ia trabalhar fervorosamente mais uns quantos tempos
para puder voltar a viajar pois é este o meu caminho, é isto que me faz
continuar, é isto que faz a diferença no que sou, é isto. Passo a passo sei que
vou conseguir completar-me, não vejo o meu futuro de nenhuma outra
maneira.
Convido-te a vir comigo, a partilhar o caminho, a
vivenciar o presente, a pela primeira vez sentires o que é a verdadeira
liberdade! Vais recusar o convite eu sei, a tua prisão já não é só exterior é
já terrivelmente interior.
Uma prisão
compartilhada, humanidade estragada.
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