Quando te vi fiquei perplexa com o quanto tinhas mudado. Parecia
que tinham tirado um peso de cima dos teus ombros.
Quando me dirigiste a palavra fiquei sem saber o que dizer.
Tinha passado imenso tempo desde a última vez que tínhamos posto os olhos em cima
um do outro (entre outras coisas). E tendo passado tanto tempo estava com
problemas em processar tudo o que fomos, para além de não conseguir perceber se
ainda havia esperança para nós.
Havia qualquer coisa no teu sorriso que me
impossibilitava de pensar a fundo, de chegar a uma conclusão sobre o que
realmente queria.
Para ti era como se o tempo não tivesse passado,
para ti o tempo era moldável à tua vontade.
Ora eu nunca tive esse poder, e o tempo era real aos meus
olhos e aos meus sentidos, e portanto tudo isto era difícil para mim.
Tu eras algo difícil de resolver. Não por não saber o que
quero, que também é verdade, mas por ver esperança sempre que os teus olhos
olhavam nos meus. Essa esperança parecia-me uma miragem e baralhava-me o sistema
nervoso, de modo que já não sabia qual era a minha posição, quais eram os meus
princípios... Aquilo em que acreditava começou a desvanecer-se e só te via a ti
como a única luz possível num caminho improvável e incoerente.
Escolho-te a ti, com o medo estampado em cada passo que dou. Escolho-te a ti.
Não me faças arrepender da minha escolha.
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