E assim o meu mundo ruiu, não tendo nada onde me agarrar. Pensamos que estamos a fazer tudo certo e que estamos no caminho correcto e ao fim de alguns anos apercebemo-nos que a nossa vida foi uma farsa e que tínhamos o conceito de felicidade todo trocado. Pior, já não sabemos viver de outra maneira. Olho para a minha mesa atulhada de papeis do trabalho e forço-me a trabalhar, forço-me a pensar naqueles papeis e não no aperto que tenho no peito e não no mal-estar interior e não no dia de amanhã nem na próxima semana nem no próximo ano. Forço-me sabendo que por mais que tente estes anos continuam cá dentro, o passado continua presente e não posso simplesmente apaga-lo e fazer de conta que nada se passou. Como fazemos para mudar de direcção quando olhamos para todos os lados e não conhecemos mais nenhum caminho? Podia virar para a direita ou para a esquerda mas são lados completamente desconhecidos por mim… Podia subir ou descer mas esqueci-me como movimentar as pernas. O que fazer quando há uma quebra de rotina tal que te sentes cortada a meio também?
Volta para mim… prometo que te deixo ser e fazer o que quiseres, só quero ter aquela cara familiar que me habituei a ver todos os dias. Volta que eu não conheço outro caminho e apesar do nosso ser atribulado e sem cor prefiro este a não ter nenhum. Prefiro este do que andar à deriva, prefiro ter uma felicidade falsa do que ter uma infelicidade assumida. Prefiro-te a ti e à nossa vida rotineira e sem interesse, procurar um novo caminho e tentar ser feliz dá tanto trabalho... Eu só quero o conforto e a normalidade de volta.
(Tudo o que é errado pensar. Detesto a conformação e a falta de força de vontade.)
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